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sexta-feira, 10 de junho de 2011

PENTECOSTES – 12.6.2011

CINQUENTA DIAS DEPOIS          
“Contarás sete semanas, a partir do dia em que se começa a lançar a foice para ceifar o trigo. E então celebrarás a “Festa das Semanas”, em honra e Javé, teu Deus. E se farão ofertas voluntárias, conforme as bênçãos com que Deus te houver abençoado” (Dt 16, 9-11). Assim fala o livro do Deuteronômio, ao estabelecer a Festa das Semanas ou festa de Pentecostes, nome que lembra o número “cinqüenta”, pois era justamente o qüinquagésimo dia contado a partir da Páscoa. Era uma festa de caráter agrícola, que, por isso mesmo, se chamava também a festa das “primícias”, ou festa da “colheita”. Era uma festa de grande alegria. E, com o tempo, teve também o sentido de gratidão pelo dom da Lei, no monte Sinai.
Essa festa teve um desabrochar glorioso no Novo Testamento. Pois foi cinqüenta dias depois da Páscoa que aconteceu em Jerusalém a descida do Espírito Santo, mistério de infinita significação para a Igreja. É o dom solene do Espírito Santo, sem o qual não seria completa em nós a ação de Cristo crucificado e ressuscitado. Pentecostes é o complemento da Páscoa. É o dia do batismo da Igreja. É o ponto de partida para a difusão do Evangelho no mundo. É o sinal mais vivo da santidade que devia acontecer em cada cristão. De acordo, aliás, com uma grande palavra de Cristo, pronunciada no último dia da festa dos Tabernáculos: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, de seu seio jorrarão rios de água viva”. E o evangelista comenta: “Ele falava do Espírito que deviam receber os que nele cressem; pois o Espírito ainda não fora dado, porque Jesus não fora ainda glorificado” (Jo 7, 37-39).
Três grandes elementos caracterizam a descida do Espírito Santo: o vento, o fogo, as línguas. O vento – pois na hora se ouviu o som como de um forte vendaval – lembra exatamente o “Espírito”, para o qual na língua hebraica se usava na mesma palavra “ruah”, que significa “vento”, “respiração”, “sopro”. Era o termo concreto de que se serviam para indicar o misterioso sopro de Deus, que é o Divino Espírito Santo. Esse sopro de Deus que anima a vida da Igreja e de cada cristão, a ponto de Ele ser chamado “a alma da Igreja”. Ao ler essa página dos Atos dos Apóstolos, o leitor cristão é levado a lembrar a primeira página do Gênesis, onde, ao se narrar a criação do mundo e se descrever o caos inicial, se diz que “o Espírito de Deus pairava sobre as águas” (Gn 1,2). Era a referência a um grande vendaval cósmico, que materializava o sopro vivificador de Deus, que vinha dar força e vida ao mundo que nascia. Parece até um comentário disso o que diz o salmo 33: “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o seu ornato pelo sopro de sua boca” (Sl 33,6).
Depois, em Pentecostes, aparece o fogo: “Apareceram como que línguas de fogo, que se dispersaram, pousando cada uma sobre cada um deles” (At 2,2). Fogo é elemento purificador, lembrado mil vezes na Bíblia. Basta – e aqui no momento exato – a palavra de João Batista: “Eu vos batizo com água para a conversão; mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. Ele vos batizará como o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3,11). O Espírito Santo, enviado por Jesus, é capaz de purificar a terra de toda a maldade.
E aparecem em Pentecostes as línguas. Primeiro, o próprio fogo toma a forma de línguas. E, uma vez recebido o Espírito, os apóstolos começam misteriosamente a falar línguas diferentes. Falavam todas as línguas dos representantes dos mais diversos povos, que ali estavam presentes: da Mesopotâmia, da Judéia, do Egito, da Arábia, da Grécia, de Roma, de toda parte. Cada um os ouvia apregoar em sua própria língua as maravilhas de Deus. Era um prelúdio da pregação universal dos apóstolos. E era – como sempre os santos padres comentam – uma réplica luminosa à confusão das línguas acontecida em Babel. Em Babel, a multiplicação das línguas trouxe confusão e divisão. Em pentecostes, as muitas línguas unem e criam fraternidade.
Como deve ser sempre o mundo cristão. Falando línguas diversas, pertencendo a raças e povos diversos, mas formando uma só família, a família dos filhos de Deus, tentando realizar o que pediu Jesus ao Pai: “Que todos sejam um”

Fonte: (“A Escuta da Palavra – Ano A – Dom João Resende Costa – Ed. Fumarc – pag.54-55)       

Com a contribuição do nosso querido Pai José das Mercês. 

2 comentários:

  1. Parabéns Anabel e Bruno, pela fé e por usar a internet para propagar a palavra do Senhor.

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  2. Bela reflexão! Valeu pela contribuição pai!

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