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segunda-feira, 25 de julho de 2011

NÃO FALTOU PÃO PARA NINGUÉM

"Caríssimos amigos, o Evangelho nos apresenta páginas belíssimas que nos alimenta com A Palavra de Deus e nos convida a colocá-la em prática. No próxmo domingo seremos brindados com uma dessas maravilhas apresentada pela Boa Nova de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nos convida a alimentar de sua Palavra e da Eucaristia para que tenhamos saciada a nossa fome e sede espiritual. 
Desejo a todos uma semana abençoada e uma ótima reflexão".
Abraços, José das Mercês.



XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM– 31.7.2011

Jesus é o grande sinal de esperança que brilha no Evangelho. Todos acorrem a Ele, para ouvir sua palavra, para pedir cura para seus doentes, e para dele receber conforto e coragem. E, mesmo inconscientemente, lá no fundo de seu coração, o que estão procurando é o encontro com Deus. Se Deus nos fez para Ele – é Santo Agostinho que o recorda – nosso coração vive inquieto, enquanto não se encontrar com Ele. O Evangelho, em todas as maravilhas de suas narrações, é o grande encontro do povo com Jesus, preludiando o encontro com o mundo inteiro, que vai acontecendo e continuará a acontecer ao longo dos séculos: Jesus Cristo ontem, hoje e sempre.

Hoje relemos, num dos belos momentos em que Jesus se mostrou como sinal de esperança, o milagre da multiplicação dos Paes. É um dos dois milagres de multiplicação que os evangelistas nos narram, sendo que um deles é trazido só por São Mateus e São Marcos, ao passo que este é narrado pelos três sinópticos e ainda por São João. E é justamente depois desse milagre, que São João nos traz o duplo discurso de Jesus sobre o “Pão da vida”: o Pão da fé e o Pão da Eucaristia.
A multidão viera ao encontro de Jesus, em busca de sua palavra e de seus milagres. De Cafarnaum onde se encontrava, Ele quis retirar-se para um lugar deserto – perto de Betsaida, como nos informa São Lucas – e para isso tomou uma barca. Mas o povo foi por terra e, quando Ele desembarcou, viu-se diante de muita gente. Teve pena deles, curou os doentes que lhe foram apresentados, e pregou para todos o Reino de Deus, no qual se prolongou até o cair da tarde.
Foi quando os discípulos se aproximaram dele e lhe fizeram ver que era tarde e o lugar era deserto. Que ele então despedisse o povo, para que pudessem ir às aldeias vizinhas para comprar alimentos. Mas o pensamento de Jesus era muito diferente. Não se devia falar em comprar. Ia acontecer uma grande hora de gratuidade. “Não precisam ir comprar – disse Ele; dai-lhes vós mesmos de comer”. Como dar de comer – perguntavam eles – se, procurando tudo o de que dispunham, não podiam contar senão com cinco pães e dois peixes? Mas Jesus, sem se perturbar, com majestosa serenidade, disse a eles que fizessem o povo sentar-se na relva verde. Era perto da Páscoa e era primavera. Eles se sentaram em grupos de cinquenta e de cem. A cena ficou muito bonita. São Marcos usa uma palavra que significa “canteiros” para indicar os grupos assim formados. Porque, na verdade, sentados no verde campo e com as diferentes cores de suas túnicas e de seus turbantes, formavam como que canteiros floridos.
Jesus tomou o pão e os peixes, ergue os olhos ao céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e os peixes, deu-os aos discípulos e eles os deram ao povo (É fácil perceber nesta narração a influência do rito eucarístico). E aconteceu o milagre! Como água que vai jorrando de uma fonte ininterruptamente, os pães e os peixes foram brotando das mãos dos discípulos, à medida que eles os iam dando ao povo. Todos comeram à farta. No fim, Jesus mandou que se recolhessem os pedaços que tinham sobrado; e se recolheram doze cestos, sendo que o número dos que haviam comido era cerca de cinco mil homens, sem contar as mulheres e as crianças (cfr Mt 14, 13-21).
Talvez a grande lição deste milagre possa ser a que nós também seremos capazes de repetir o prodígio da multiplicação, se soubermos pôr em prática a gratuidade. Se, em vez de nos apegarmos àquele pouco ou àquele muito que tivermos, formos capazes de distribuir com quem precisa. Se fizermos assim, não faltará comida para ninguém. Será o mundo da fraternidade. Onde ninguém se sentirá feliz, se seu irmão não estiver feliz também. Longe o egoísmo! Longe a ganância! Cresça o amor e a fraternidade! Esse é o princípio que deveria estar na base de todos os sistemas econômicos.


Leituras do XVIII Domingo do Tempo Comum – Ano A: Is 55, 1-3; 2ª Rom 8,35.37-39; Evangelho Mt 14, 13-21
Fonte: (“A Escuta da Palavra – Ano A – Dom João Resende Costa – Ed. Fumarc – pag.90-91)  

Colaboração de José das Mercês      

quinta-feira, 7 de julho de 2011

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados”!


Particularmente acredito que o desejo por igualdade e justiça nunca foi tão pulsante no coração do homem quanto nos dias atuais. É claro que, devido às mazelas que desde muito tempo fazem parte da natureza humana (não por vontade divina, mas pela não-adesão do homem às Suas vontades), a opressão e desigualdade têm assolado a humanidade.

Tenho percebido também que as mídias têm alimentado constantemente esta sede de justiça, contudo, de forma radicalista e doentia. Falo isto, porque ontem após assistir uma matéria destes programas de enfoque policial que vão ao ar nos finais de tarde, fiquei meio atônito, e um pouco chateado.
Chateado porque percebo que as pessoas guiadas por sede de justiça, têm se deliciado com o desfecho de alguns acontecimentos que os meios de comunicação vêm nos mostrando. Quer exemplos? A morte daquele jovem homicida autor do massacre das crianças daquela escola de Realengo no Estado do Rio de Janeiro e a morte de Osama Bin Laden pelos Estados Unidos. Com certeza nossos corações foram “confortados”, mesmo que de forma velada.
Como citei no início, ontem em certo programa de jornalismo policial, foi noticiada uma tentativa de assalto em um açougue no estado de São Paulo. Naquele estabelecimento, dois jovens anunciaram um assalto, entretanto, lá estava também, à paisana, uma delegada de polícia. Ela, esperando o momento certo, deu voz de prisão àqueles jovens, que imediatamente revidaram com tiros. Um deles se atracou com ela para tentar desarmá-la e provavelmente tentar matá-la. Ela, entretanto, conseguiu acertá-lo no abdômen e este jovem veio a falecer minutos após. O outro conseguiu fugir sob os tiros que a delegada continuou desferindo contra ele.
O apresentador parabenizou a delegada, com um tom de voz satisfeito e agradecido, pois, aquela mulher evitou um assalto e quem sabe homicídios. De fato foi uma atitude corajosa de uma autoridade policial que ali cumprira seu papel.
Refletindo sobre esta notícia, em um exame de consciência percebi que também a minha “sede de justiça” vem sendo alimentada. Naquele momento meu coração também sentiu certo conforto. E quem não se sentiria assim? Continuei pensando, refletindo e percebi que na verdade, em diversos outros momentos eu mesmo tenho procurado alimentar a minha “sede de justiça”. Muito constrangido, me diagnostiquei um telespectador assíduo da “novela das oito” que está passando atualmente, Insensato Coração. Eu, assim como milhões de outros brasileiros, tenho frequente e curiosamente seguido pela televisão e algumas vezes por internet esta novela, a fim de saber em qual momento o vilão pagará pelas suas ações maléficas. Meu Deus... É o fundo do poço! Nesta minha atitude constatei o seguinte: temos buscado saciar a nossa sede de justiça em fontes barrentas!

De início já faço neste momento o propósito de não assistir essas programações que “saciam” com água barrenta, a minha sede de justiça. Isso não quer dizer que estou me alienando, me distanciando do mundo. Estou a partir de agora renunciando ao sensacionalismo de programas que correm atrás de recordes de “IBOPE”, distorcendo o conceito verdadeiro de justiça e de paz.

Retomo então o título desta reflexão: “Bem - aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados”! (Mt 5, 6).
É vontade do próprio Deus que de fato nosso coração se inquiete com tanta violência, injustiça e desigualdade, pois tudo isso contraria o plano de amor que o Senhor tem para a vida de Seus amados. Todavia, isso não pode dar-se da mesma forma com a qual temos buscado fazer a justiça acontecer. Não é pura e simplesmente desejando a punição de criminosos que a justiça e a paz nos serão garantidas. As penalidades precisam sim existir no sentido de coibir atos criminosos e desumanos. Mas, ao mesmo tempo é necessário que se trate o problema na sua raiz. Estamos tratando os sintomas e não a doença que os causa. Já estamos cansados de ouvir, mas, a questão da justiça/segurança pública permeia diversos segmentos da vida humana. Educação, saúde e oportunidades de trabalho são alguns setores cronicamente adoecidos, sobretudo, no nosso país. A dignidade humana deve ser promovida e protegida para assim serem extintos os sintomas que têm mantido o ser humano debilitado em sua saúde social e espiritual.
         A chave para esta mudança de mentalidade e de comportamento está contida no Evangelho de Jesus Cristo, narrada em MT 5, 1-10. É necessário que nosso coração e o coração daqueles que nos governam (e que são responsáveis pela promoção do bem comum), sejam mergulhados na mensagem anunciada por Jesus Cristo e que foi perpetuada para nós no evangelho de São Mateus! Bem- aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus! Bem- aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! Bem- aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! Não há, portanto, como instaurar a paz no mundo, se o homem em seu coração está sedento da “justiça de sangue”, e não sedento da verdadeira paz.
Sem a pretensão de querer sofisticar demais esta reflexão, nem de adentrar em uma área que não é a minha, lembro-me aqui de Jean-Paul Sartre que, em tom existencialista em face da teoria Marxista, afirma: "A existência precede a essência"; nenhum ser humano nasce pronto, mas o homem é, em sua essência, produto do meio em que vive. Respeitando a opinião dele e também da filosofia que ele representa, apresento uma reflexão cristã, “de trás para frente” desta citação: Antes da existência, precede a essência! O meio pode e deve ser produto da ação do homem! Antes de nascermos, com todo apreço Deus nos teceu em seu coração:

“Fostes vós que plasmastes as entranhas de meu corpo, vós me tecestes no seio de minha mãe. Sede bendito por me haverdes feito de modo tão maravilhoso. Pelas vossas obras tão extraordinárias, conheceis até o fundo a minha alma. Nada de minha substância vos é oculto, quando fui formado ocultamente, quando fui tecido nas entranhas subterrâneas. Cada uma de minhas ações vossos olhos viram, e todas elas foram escritas em vosso livro; cada dia de minha vida foi prefixado, desde antes que um só deles existisse”(Sl 138, 13-16)

É inconcebível, portanto, aos olhos da fé, imaginar que as circunstâncias sejam tão determinantes assim de forma que superem a onipotência de Deus. Ora, concordando em parte com Sartre, é fato que nossa omissão tem sim contribuído pra que o “meio” deforme a criação do Pai.

Manifestemo-nos então, como filhos de Deus! Sejamos o “sal da terra” e a “luz do mundo” e contribuamos para que seja criado um meio no qual sejam produzidos homens com corações plenos de bem-aventuranças, para que assim a proposição de Jean-Paul Sartre seja plenificada. Pois somente assim: “A bondade e a fidelidade outra vez se irão unir, a justiça e a paz de novo se darão as mãos”(Sl 84/85,11).


Um fraternal abraço!

Bruno Luiz








sexta-feira, 1 de julho de 2011

Ação catequética

Catequese é formar e conscientizar o catequizando
Está havendo grande esforço de uma catequese voltada para as exigências da cultura moderna. O grande objetivo é formar discípulos missionários dentro do processo de iniciação à vida cristã, de inspiração catecumenal e centrado na prática concreta das primeiras comunidades cristãs.

A Igreja procura, mesmo que de forma lenta e prudente, acompanhar os passos e as mudanças da história. Não estamos mais no tempo da cristandade nem de uma catequese focada na preocupação doutrinal e no estilo de perguntas e respostas.
O principal objetivo da catequese é formar e conscientizar o catequizando, de todas as idades, para o sentido da vida da graça. É a experiência de um encontro profundo com Jesus Cristo, com uma Pessoa concreta, que atinge a vida das pessoas na comunidade cristã.

Os batizados nem sempre são evangelizados. Por isso, a Igreja está preocupada com uma catequese de adultos. Muitos não são ainda, mesmo que batizados, introduzidos na vida cristã e são cristãos só de nome e sem compromisso de fé.

A catequese, nas dimensões de hoje, precisa ser mais envolvente, que chegue à família e a toda a comunidade. Isso significa que não conseguimos atingir os verdadeiros objetivos catequéticos se a família e a comunidade não forem também catequizadoras.
Necessitamos de uma catequese mais profética e assentada numa espiritualidade madura e libertadora. Que anuncie a Pessoa de Jesus Cristo com base na Palavra de Deus e no testemunho verdadeiro de prática cristã na sociedade e na Igreja.

No processo metodológico, como anuncia o Documento de Aparecida, é preciso “abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favorecem a transmissão da fé”. Na verdade, é urgente buscar uma “conversão pastoral e renovação missionária...” (n. 375).
Urge à Igreja fazer uma profunda revisão de sua ação catequética. Há ainda muita estrutura arcaica, sem frutos e conservadorista, necessitando de passar por um processo de conversão.  Pensar numa Igreja e numa catequese voltadas para a sociedade, para as necessidades das realidades práticas e temporais das pessoas. Catequese que saia da sacristia, que enfrente os desafios de uma cultura capitalista, consumista e totalmente secularizada.

Sejamos agentes desta nova catequese, conscientes de nossa missão cristã, principalmente vocacionados para o trabalho catequético em nossas comunidades concretas. Temos que absorver a “mudança de época” com o coração comprometido.



Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo diocesano de São José do Rio Preto


Contribuição de Desirê Mara